“Não quero entrar no mérito se a culpa é da CCR ou da Infraero, mas nós como município precisamos que se resolva esse problema. Ambas têm responsabilidade, e precisam se unir para dar essa resposta à população. É muito importante que haja esse retorno por parte das duas sobre os questionamentos que a Câmara está apresentando”, completou. 6a4c3k
O ime a que o vereador se refere existe desde o dia 7 de abril de 2021. No período da manhã, a CCR Aeroportos arrematou os terminais de Afonso Pena e Bacacheri, em Curitiba; José Richa, em Londrina; e o Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu em um leilão promovido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). À tarde, a extensão da pista foi inaugurada, contando com a presença do governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e do então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
Para deixar a pista de Foz do Iguaçu com os 2,8 mil metros atuais, Infraero e Itaipu Binacional investiram cerca de R$ 54 milhões. Não à toa, autoridades federais e estaduais comemoraram o que poderia vir a ser um marco na economia e no turismo de toda a região.
Apesar de nunca ter sido utilizada, a extensão fez com que o aeroporto da fronteira tivesse, até então, a maior pista do Sul do país. O posto foi perdido em maio de 2022, quando foi entregue a obra de expansão da pista do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. No terminal instalado na capital gaúcha a pista foi aumentada em mais de 900 metros, e com os atuais 3,2 quilômetros ou a ser a maior do Sul do Brasil. Diferente da instalação em Foz do Iguaçu, a extensão da pista do Salgado Filho vem sendo utilizada desde a inauguração.
Além do asfalto e da pintura da pista, porém, eram necessárias estruturas de iluminação e sinalização de segurança que desde então seguem sem terem sido instaladas. Questionada sobre a situação, a CCR Aeroportos respondeu, em nota, que todas as exigências previstas no contrato de concessão estão sendo cumpridas e que as “intervenções estruturais da Fase I-B estão sendo executadas e serão concluídas até o final deste ano”.
A concessionária segue, afirmando que “está empenhada na busca por soluções junto ao Poder Concedente e à própria Infraero diante da não conclusão da implantação da sinalização horizontal e equipamentos de auxílio à navegação aérea, entre outros elementos, por parte da Infraero”. Especificamente sobre o ime, a CCR Aeroportos afirmou apenas que “a empresa está dialogando com o órgão regulador na busca de uma solução que viabilize a homologação da pista”.
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A Infraero, por sua vez, reiterou à reportagem da Gazeta do Povo que não tem mais competência istrativa em nome do Aeroporto de Foz do Iguaçu. Para o órgão, cabe à operadora que assumiu o aeroporto realizar todas as ações necessárias para viabilizar a operação.
Em nota, a Infraero explicou que reou à CCR Aeroportos a documentação técnica e istrativa dos processos de homologação dos equipamentos luminosos instalados na ampliação da pista de pousos e decolagens. “Ainda assim, a Infraero se coloca à disposição para fornecer outras informações, reforçando que perante as cláusulas do contrato de concessão, cabe à operadora que assumiu o aeroporto realizar todas as ações necessárias para viabilizar a operação do aeroporto, conclui.
Meses depois da inauguração da extensão da pista, a possibilidade de novas rotas operando no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu ganhou força durante a viagem de uma comitiva do governo estadual aos Emirados Árabes Unidos. Apresentando o potencial turístico paranaense a representantes da empresa aérea Emirates, o governador Ratinho Junior buscava a concretização de um voo direto entre Dubai e Foz do Iguaçu.
Dois anos depois da viagem, o governo do Paraná respondeu, por meio de sua assessoria de comunicação, que uma comitiva da Emirates viria ao Paraná para a elaboração de estudos. Por parte do Executivo paranaense não houve mais informações sobre quando se daria essa visita.
Já a empresa aérea descartou prontamente a possibilidade de voos diretos entre Dubai e Foz do Iguaçu. “A Emirates continua avaliando suas operações ao redor do mundo e lançaremos novas rotas que atendam a demanda do mercado de acordo com as prioridades comerciais e dinâmicas operacionais. No entanto, a Emirates não tem planos firmes de iniciar serviços para Foz do Iguaçu”, informou uma nota oficial da companhia enviada à Gazeta do Povo.
As tratativas mais recentes envolvem uma aproximação com uma companhia aérea do Panamá, diz o secretário municipal de Turismo de Foz do Iguaçu, André Alliana. Caso se concretize, explicou ele à reportagem, essa nova linha será uma opção a mais para a chegada de turistas norte-americanos, uma das nacionalidades que mais visita os atrativos da cidade.
Para que essa possibilidade se torne real, destacou, é importante que a homologação da extensão da pista do aeroporto saia do papel. Voos mais longos, disse o secretário, utilizam aviões maiores que precisam de pistas adequadas. E o terminal de Foz do Iguaçu teria condições de comportar esses voos caso o imbróglio tivesse sido encerrado.
“Tivemos algumas informações recentes de que o processo estava perto de uma definição, e estamos nesta expectativa. Nosso papel é o de fazer pressão, e é isso que estamos fazendo. Afinal, o município é só um cliente neste processo de concessão, e essa indefinição está impactando uma economia que depende diretamente do turismo”, afirmou.
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