O orçamento público nas três esferas da federação tem, no fundo, três gastos: obras de infraestrutura física e social, serviços públicos típicos do governo e programas sociais de transferência de renda. Essa máquina estatal, com seus poderes constituídos, é operada pelos servidores em todas as esferas da Federação e em todos os poderes, razão pela qual a distância salarial entre os servidores de renda mais baixa e os servidores de renda mais alta deveria ser limitada, sob pena de ocorrer o que é comum na América Latina: o governo é concentrador de renda tanto no interior do próprio governo quanto em relação à nação como um todo.

Claro que o problema não é somente esse. Há distorções no sistema tributário e na maneira como a sociedade sempre encarou o problema da pobreza e da desigualdade. Quanto ao desemprego, todos têm a mesma vontade de combatê-lo, pois ninguém é contra a melhor saída para tanto: o crescimento econômico e, adicionalmente, melhor nível educacional e maior qualificação profissional. Sabendo que as principais prioridades devem ser o combate à pobreza, a diminuição da desigualdade e a redução do desemprego, governo e sociedade podem melhorar suas ações conjuntas e separadas para que o país siga na linha de crescer e ampliar o desenvolvimento social. A pergunta é: com tão pouco tempo para análise e tantas disputas internas dominando as duas casas legislativas, deputados e senadores serão capazes de aprovar um orçamento que efetivamente dê prioridade ao que é mais importante?

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